Os cursos de graduação da Facom - UFBA Tarcízio Silva O funcionamento da graduação na Facom-UFBA O curso de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) possui uma grade simples de matérias para suas duas habilitações: Jornalismo e Produção em Comunicação e Cultura. As aulas da graduação são concentradas todas no turno matutino. Nos semestres iniciais da graduação, são oferecidas às duas habilitações disciplinas que são básicas do curso de Comunicação e outras referentes a cada uma das habilitações em específico. Jornalistas e produtores culturais contam com disciplinas teóricas que aplicam campos de estudo humanísticos à Comunicação. Além disso, a cada semestre, o aluno tem contato com uma Oficina, cuja carga horária é maior que as outras disciplinas. Cada uma delas aborda um suporte, habilidade ou especialização da comunicação, jornalismo e produção cultural. Geralmente, é requisito para aprovação a criação de um produto, como resultado do aprendizado. As disciplinas optativas também têm papel importante na formação do graduando na faculdade. O aluno da Faculdade de Comunicação (Facom) deve cursar, obrigatoriamente, sete optativas no mínimo. Assim, a Faculdade tenta disponibilizar optativas que permitam que o graduando aprofunde conhecimento em áreas de interesse específico. O estudante também pode solicitar ingresso em matérias de outras unidades da UFBA de forma a complementar a sua formação. Uma observação comum a boa parte dos professores entrevistados é o fato de a graduação receber pouca importância na lista de prioridades da Faculdade. Em geral, os professores estão mais empenhados com a Pós-graduação e com seus grupos de pesquisa. O professor José Benjamim Picado, por exemplo, dá a sugestão de que poderia haver mais habilitações e uma melhor oferta de conteúdos para a formação da graduação. Benjamim acredita, também, que o aperfeiçoamento da graduação ainda não é um desafio suficientemente enfrentado pelos professores da Facom. O professor Albino Canelas Rubim cita, por sua vez, entre as características que acredita serem inerentes à função de um docente, além do estudo continuado, da pesquisa e da produção de conhecimento, a importância do ensino em sala de aula e em outras formatações tais como de difusão cultural e prestação de serviços tendo como objetivo conectar a Universidade com a sociedade. A professora Gisele Nussbaumer, Gica, atual diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), ressalta que existem poucos profissionais na Instituição específicos e efetivos do curso de Produção Cultural. Além disso, não possuem um vínculo maior com a Instituição, com o curso e com os alunos. Quanto às disciplinas específicas do curso de Produção Cultural, Gica diz que existem apenas professores substitutos, os quais possuem grande conhecimento do mercado, mas possuem um comprometimento menor com a Faculdade. Isso aponta para a necessidade de aperfeiçoamento na graduação e, especialmente, na habilitação de Produção Cultural. Jornalismo O exercício do Jornalismo no Brasil data do século XIX. Porém, só no final da primeira metade do século seguinte, um curso é institucionalizado na Academia. Em 1947, a Universidade do Rio de Janeiro se torna a primeira a fornecer o jornalismo como curso superior. O profissional de Jornalismo dispensa apresentações. É o profissional que recolhe, reconstrói (a partir de fatos da realidade) e dissemina informações sobre eventos, assuntos, lugares e pessoas. Além do produto jornalístico mais antigo e difundido - o texto impresso -, o jornalista também pode se especializar em outras áreas da informação, tais como a fotografia, edição, diagramação e ainda a assessoria de comunicação. Devido à demanda do mercado da informação, a quantidade de cursos superiores em Jornalismo tem aumentado sensivelmente. Segundo o Censo do Ensino Superior de 2003, o número de cursos na área chega a 443. Destes, 73 cursos estão em instituições públicas de ensino. Na UFBA, o curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo já esteve localizado na Faculdade de Filosofia e depois foi transferido para a Escola de Biblioteconomia, até que, finalmente, no ano de 1987, a Faculdade de Comunicação é criada. Naquela época, de acordo com relatos de professores, era chamada de Faculdade de Jornalismo, uma vez que só contava com essa habilitação. Desde sua criação, o curso baiano é o mais conceituado da Bahia e figura entre os melhores do país. Produção Cultural Apesar de que o exercício da produção cultural ser tão ou mais velho que o jornalismo, o amadorismo sempre foi a prática vigente. Até o fato de existir uma categoria produtor cultural causa estranhamento, mesmo em profissionais da área de Ciências Humanas. O produtor cultural é o profissional que planeja, organiza e executa projetos e produtos artísticos e culturais. Gere administrativamente, muitas vezes artisticamente também, espetáculos, produtos audiovisuais e editoriais, além de exercer curadoria e organização de mostras, festivais e exposições artísticas ou científicas. Também pode trabalhar com marketing cultural, definindo políticas empresariais ou estatais de investimento em cultura. Ainda pode exercer a gestão de instituições culturais, como museus, galerias, bibliotecas, cinemas, teatros, etc. Comparado aos 60 anos da criação do primeiro curso de Jornalismo no Brasil, o curso de Produção Cultural ainda dá seus primeiros passos. A fundação da primeira habilitação data de 1995 na Universidade Federal Fluminense. Um ano depois, o segundo curso é criado, desta vez na Bahia, na UFBA.
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