Albino Rubim - Dedicação e Empreendedorismo Acadêmico Mayra Mezzomo e Suzana Barreto Como pôde um ex-psiquiatra tornar-se jornalista e atualmente ser um dos maiores teóricos da Comunicação e da Cultura da atualidade? Antônio Albino Canelas Rubim, graduado em medicina e comunicação, doutor em Ciências Sociais e atual pesquisador na área de Políticas Culturais, é um dos professores que podemos considerar como decisivos para a atual configuração da Faculdade de Comunicação da UFBA. A sua trajetória acadêmica de mais de 20 anos de ensino e a estreita relação entre o seu trabalho e a história da instituição nos permite entender um pouco mais deste homem marcado por reconhecimentos e divergências quanto ao posicionamento adotado na universidade. Histórico No ano seguinte ao concluir sua graduação em jornalismo na UFBA, Albino foi convidado a dar aula como professor de cinema na mesma, atividade que exerceu de 1976 a 1979. De 1979 a 1984, ele se afastou da Faculdade porque recebeu um convite para implantar o Curso de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Neste mesmo período, ele realizou o seu doutorado em São Paulo. A separação Quando retornou à UFBA, em 1985, já como professor do quadro da Faculdade, Albino Rubim foi integrante do processo de modificação do curso de jornalismo. Junto a um grupo de professores da época, foi responsável por montar um projeto de modernização para a escola que envolveu a produção de eventos, novos projetos e mudanças curriculares. Professores de outros estados foram convidados a integrar o quadro de docentes, dentre eles Marcos Palácios, do Pará, e José Umbelino Brasil, da Paraíba. Foi criado um currículo inovador em 1985. Nesse projeto de constituição e fortalecimento cresceu a necessidade de separar o curso de jornalismo do curso de biblioteconomia. Rubim cita que "era vital a separação para que o curso adquirisse autonomia já que os próprios alunos dos dois cursos não se relacionavam bem". O desenvolvimento da Facom A partir daí, a faculdade foi delineando-se com uma área importante de estudos na área de comunicação, principalmente com a criação do programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea em 1989, que fortaleceu o local como um ambiente de questionamentos teóricos e práticos nesse sentido, já que antes os estudos restringiam-se à prática jornalística. Tal programa de Pós-Graduação foi o sétimo do Brasil na área e o primeiro fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo - Brasília. A Facom passou a ganhar notoriedade nacional a partir de novos tipos de abordagens teóricas. Em 1993, houve a implantação do doutorado em comunicação, o primeiro fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo. Albino foi Chefe de Departamento, Diretor da Unidade, Coordenador de Mestrados, Professor Tutor do Programa de Educação Tutorial – PET, entre outros, além de representá-la em diversas instâncias da UFBA (como no Conselho Universitário; Conselho de Coordenação da UFBA; Câmara de Extensão da UFBA e Presidência da Câmara de Extensão). Foi também o grande idealizador e realizador do curso de Produção Cultural e é o único professor da Facom da Categoria 1A – a máxima – do CNPq. Em seu Memorial para Concurso de Professor Titular de 1999, Albino destaca que acredita "que um professor deve... buscar assumir no possível em plenitude as múltiplas dimensões que constituem, integram e enriquecem o trabalho docente: o estudo continuado; a pesquisa; a produção de conhecimento; o ensino em sala de aula e em outras formatações... sejam elas de difusão cultural e/ou de prestação de serviços, que tenham como objetivo conectar de modo mais aberto a universidade com a sociedade”.
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