Entrevista: Nadja Vladi

Gabriel Camões

Graduada em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia no ano de 1990, jornalista e editora do Caderno Dez!, Nadja Vladi, conta nesta entrevista um pouco das suas experiências na Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom).

Nadja, que concluiu o seu mestrado em 2004 pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea Facom/UFBA, atualmente é doutoranda pelo mesmo programa. Além destas atividades, ela ainda coordena o curso de especialização de “Jornalismo Contemporâneo” das Faculdades Jorge Amado e ensina no curso de Jornalismo da Faculdade Social da Bahia.

GC - Você foi graduando em jornalismo da Facom em que período? A Facom já estava situada no campus de Ondina?

Nadja - Não, fiz minha graduação da Faculdade do Canela, onde hoje funciona o ISC. Na época, em 1986, fazia um ano que os alunos de Comunicação tinham deixado a Escola de Biblioteconomia, onde funcionava também o curso de comunicação, e invadiram aquele prédio para ter um espaço próprio no campus.

GC - Como atual aluna da pós-graduação, você teve a oportunidade de acompanhar algumas mudanças no espaço físico, no corpo docente, no perfil dos novos alunos da graduação, dentre outras coisas. O que você percebe como maior mudança?

Nadja - Acho que muitas mudanças ocorreram. Mudou o perfil do alunado, principalmente. Antes fazer jornalismo estava mais ligado a artes, mais a humanas. O mercado mudou e isso também mudou o perfil do aluno, tem o perfil mais de televisão do que de mídia impressa, por exemplo. Anteriormente, os professores eram mais ligados ao mercado de jornalismo, a atenção a teoria de comunicação era menor. Hoje podemos ver o inverso disso, e muita atenção a novas tecnologias e a produção cultural, por exemplo.

GC - O que a Facom representa e em que aspectos ela contribuiu na sua formação profissional? Você concorda que se trata de um centro de formação acadêmica diferenciado ou está no nível de outras escolas de comunicação?

Nadja - De fato é um centro de formação acadêmica. Pessoalmente tenho a dizer que os quatro anos de graduação foram muito ricos, com muitas experiências pessoais e o encontro com a prática jornalística.

GC – Alguma história curiosa, um fato marcante, com você, ou outro aluno, ou até com o professor, dentro ou fora de sala de aula, que você lembre e que possa contar?

Nadja - Uma vez uns guerrilheiros do MR-8, já em 86/87, resolveram roubar o Banco do Brasil e a gente assistiu a tudo. Foi uma espécie de guerrilha anacrônica, mas foi empolgante.

GC - Se você pudesse deixar algo gravado nos muros dessa instituição, o que diria, qual mensagem deixaria pra posteridade?

Nadja - Leva-se muito tempo para ser jovem.