Facom sob o olhar de Umbelino Brasil

Thaís de Souza Caribé Dias

A chegada do professor José Umbelino de Souza Pinheiro Brasil à Universidade Federal da Bahia ocorreu em 1985 quando ele foi transferido da Universidade Federal da Paraíba. Após permanecer durante dois anos à disposição do Setor de Cinema da UFBA e ministrar eventualmente disciplinas de cinema na Faculdade de Comunicação, hoje, ele faz parte do quadro dos professores renomados da Facom, com vasta experiência na área cinematográfica.

Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA, Umbelino Brasil dedica-se aos seguintes temas: Cinema Brasileiro, Glauber Rocha, Crítica Cinematográfica, tendo publicado textos e resumos em jornais, revistas e congressos. Nesse campo também desenvolve uma produção artística e cultural através de obras de artes visuais, recebendo premiações como o Prêmio Especial do Júri no XXV Festival de Gramado em 1998, com o filme A mãe.

Um espaço de Produção Cultural

O professor Umbelino vê a contribuição do curso de Produção Cultural como muito válida no campo da cultura, “carente de profissionais com a formação acadêmica, tanto de graduados como de pós-graduados”, afirma. Para ele, o que vem ocorrendo no campo da produção aconteceu em outros como o cinema, por exemplo, que antes feito “via autodidatismo” ganha diversos cursos no país, sejam eles de graduação, profissionalizantes.

“Talvez o curso de Produção Cultural, ainda, não corresponda inteiramente às exigências dos alunos, dos próprios professores, e do tal mercado. O aluno recém formado vai ter que batalhar e lutar pela sua inserção, no chamado “mercado de trabalho”, mas tudo é desse jeito, não vejo nada de diferente das outras formações profissionalizantes que a Universidade oferece.”, ressalva Brasil, atual professor do curso de Produção em Comunicação e Cultura da UFBA.

Umbelino destaca que é muito válido o esforço dos que não passam por cursos de formação profissional em Produção Cultural e agem na base do autodidatismo fazendo “na marra” e “bem feito” o seu trabalho enquanto agente de cultura. Ele coloca a seguinte questão: “Qual então a razão para se cursar Produção Cultural? Por que não se aprende tudo no chamado campo de trabalho? Ora, se há oferta de um curso e o sujeito pode se qualificar, aprofundar os conhecimentos naquilo que escolheu pode ser muito melhor, pois hoje se exige muito mais da mão-de-obra, e quando ela é qualificada com o “respaldo” da Universidade, isso é muito bom.”.

Cinema na Facom

A questão da técnica cinematográfica na Faculdade de Comunicação é discutida por Umbelino Brasil. “Olha, a teoria e a prática cinematográfica sempre se restringiu à oferta de disciplinas optativas. [...] Há uma comissão estudando a possibilidade da criação de uma nova habilitação na área da imagem”, diz o professor,que além de fazer parte da comissão , ministra disciplinas optativas e desenvolve uma produção artística e cultural através de obras de artes visuais, tendo recebido premiações em festivais de audiovisual.

A respeito da sua contribuição aos alunos da Facom quando o assunto é cinema, ele responde: “Já trabalhei com várias disciplinas optativas e também já fiz muitos trabalhos práticos nas Oficinas, por exemplo: “Cinema Baiano (DE) Novo”, um programa feito com uma das turmas da Oficina de Planejamento e Elaboração de Projetos Culturais que rendeu bons frutos e ata foi exibido na TV UFBA.”.

Um estímulo: “ótimos alunos”

Quando questionado sobre quais acontecimentos nesses seus 22 anos na Escola merecem consideração especial, o professor revela: “Francamente não sei, talvez por encarar de um ponto de vista da “normalidade” cotidiana acadêmica. Quem mexe comigo, mais claramente com o meu lado “profissional”, é o interesse e dedicação de uma grande parte dos alunos. Aí todo dia, nas aulas, nas discussões acontece algo que me estimula ou me motiva a continuar trabalhando na Facom.”.

Umbelino Brasil faz também uma avaliação da instituição dizendo que muitas coisas melhoraram: “temos mais espaço; os laboratórios bem ou mal funcionam; um bom corpo docente (em sua opinião a Facom sempre foi muito bem de professores, sejam eles do quadro ou eventuais, substitutos); duas pós-graduações, toda escola só tem uma; publicações: LUPA e JORNAL DA FACOM; Revista Eletrônica: KINODIGITAL; Rádio Facom, grupos de estudos e pesquisa, e o melhor: ótimos alunos(as).”.