Jean Wyllys Luiz Filipe Aguiar Dunham Jean Wyllys, 33 anos, jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, é tido como um dos ex-alunos de sucesso da Facom. Ingressou no curso em 1995, ao terminar o Ensino Médio, e se formou em 1999. Para Jean, estudar em uma universidade pública era algo imprescindível, já que é oriundo de família pobre da cidade de Alagoinhas, no interior da Bahia. Antes de residir em Salvador para tentar vestibular de Jornalismo na Universidade Federal da Bahia, Jean teve uma difícil infância. Desde cedo trabalhou vendendo algodão doce para ajudar na renda familiar. Aos 21 anos, foi aprovado no vestibular de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia em Salvador. Jean faz questão de frisar sua difícil situação como estudante, “Como não era filho da classe média alta, eu era um aluno sui generis na Facom. Vindo do interior, sem parentes nem aderentes em Salvador, eu precisava trabalhar para comer, pagar meu aluguel, pegar ônibus, comprar livros e etc. Acho que eu era o único da turma - e talvez da Facom, naquela época - que trabalhava, precisava trabalhar.”. Participação e lembranças como aluno - Quanto a sua participação nas atividades de extensão na Facom, Jean Wyllys salienta seus problemas financeiros como o principal empecilho a um maior envolvimento, “O fato de eu trabalhar me impedia de me envolver diretamente com atividades da faculdade. Alguns projetos, como o PET e a iniciação científica exigiam que o candidato não tivesse vínculo empregatício.”. Mesmo diante desse contexto econômico, Jean se envolveu com algumas atividades cientificas. Cita um projeto com os alunos do PET do Instituto de Letras da UFBA, sobre Guimarães Rosa, e um grupo de estudo sobre Teorias do Jornalismo, sob orientação da professora Rosângela Rocha. Boas memórias povoam a mente de Jean Wyllys quando o assunto são seus colegas do período estudantil na Facom. Enaltece sua turma, enfaticamente, “A turma de 1995 foi um divisor de águas na Facom, concentrava melhores promessas, modéstia à parte.”. Ressalta como o quadro curricular da Facom contribuiu contra uma dispersão dos colegas de curso, “A Universidade Federal tende a dispersar as turmas ao longo do curso, mas, na Facom isso não acontecia porque toda a faculdade compunha uma turma que se encontrava e se relacionava nos espaços fora das salas de aula, como na escada ou na cantina.”. Em relação ao corpo docente da Facom, Jean faz uma analise pouco critica e muito favorável. Enquanto existem reclamações quanto uma falta de compromisso de parte dos professores quanto à graduação, Jean não enxerga dessa forma, “Ah, eu tenho boas lembranças dos professores da Facom. Lembro de quase todos: dos ‘surreais’ Jonicael e Odemar Vítor; da hilária Nádia Miranda; dos bons Linda e Albino Rubim; da querida amiga e competente Rosângela Rocha; da ausente Helô Sampaio; dos exigentes Elias e Mamede; de Cláudio Cardoso, Othon Jambeiro; e dos inesquecíveis porque excelentes, Itania Gomes, Monclar Valverde, Wilson Gomes com seu humor ácido, enorme conhecimento e suas finas ironias, além de André Lemos e Benjamin Picado.”. Ressalta André Lemos e Benjamim Picado por outros motivos além do conhecimento e competência como professores de ambos, “Benjamin e André eram muito bons professores, sabiam muito, mas, meu interesse por eles passava também por uma fantasia sexual. Os gays e as garotas os adoram”. Para Jean, ter sido estudante da Facom foi um diferencial, fazendo uma analogia ao mundo canino, “Ter sido aluno da Facom é um pedigree.”. Sobre a entrada no mercado de trabalho, Wyllys comenta a importância de ter estudado numa Universidade Federal, “As instituições de ensino superior federais têm ótimo conceito entre os profissionais do mercado e entre os intelectuais que se dedicam à pesquisa científica, abrindo as portas do mercado de trabalho com mais facilidade”. Trajetória profissional - Jean começou a atuar como jornalista, ainda quando estava na Facom. Sua trajetória profissional começou na imprensa escrita, em 1996, como estagiário no jornal baiano Tribuna da Bahia. Um ano depois, foi contratado já como profissional pela Rede Bahia, atuando no Correio da Bahia. Foi jornalista do Correio, por seis anos passando por todas as editorias. Ingressou no Mestrado em Letras, para depois se tornar professor, “Assim que conclui o mestrado, um ano depois, fiz tirocínio na Facom e me tornei professor do Curso de Comunicação (Jornalismo e Rádio e TV) das Faculdades Jorge Amado, onde implantei um Núcleo de Mídia e Cidadania e uma pós-graduação em Jornalismo e Direitos Humanos.” Em 2001, Wyllys lança ao mercado seu primeiro livro, Aflitos. A viabilização do livro só foi possível, ao vencer o Prêmio Copene de Cultura e Arte. Notoriedade pública conquistada - Não alheio a manifestações da cultura mediática, Jean participou de umas das tantas edições do Big Brother em 2005, reality show cujo formato original é holandês e aqui no Brasil é transmitido pela Rede Globo. O vencedor do programa levaria para sua conta bancária uma quantia de um milhão de reais. Jean faturou não só o cobiçado prêmio, mas também grande notoriedade pública. Jean encara com méritos sua participação no programa, “Foi uma experiência ímpar em minha vida. Entrei despretensioso e sai campeão”. Logo em seguida, Jean escreveu seu segundo livro, Ainda Lembro, onde ele relata sua experiência como participante do programa. Adquirida a fama, Jean assinou contrato com a Rede Globo, mesma emissora que transmite o programa do qual participou. Ficou cerca de um ano (de Maio/2005 a Dezembro/2005) atuando como repórter especial do Mais Você, um programa matinal, voltado para o público feminino. Paralelo a isso, foi colunista da revista G Magazine. Em 2006, Jean apresentou o programa Amigas Invisíveis, na Rádio Globo. Depois de sua saída do Mais Você, suas participações na TV foram aleatórias. Recentemente, seu contrato chegou ao término e não foi renovado. Sobre sua situação profissional atual, Jean Wyllys declara, “Dirijo a programação de uma TV que vai estrear, em breve, na NET e pelo sistema a cabo. Escrevo meu terceiro livro e alimento meu blog (www.jeanwyllys.com.br).”.
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